segunda-feira, 11 de outubro de 2010

14 ANOS SEM RENATO RUSSO!


"É tão estranho, os bons morrem jovens,
assim parece ser quando me lembro de você,
que acabou indo embora, cedo demais"
(Love in the Afternoon - Legião Urbana)

Nesta data, 11 de outubro, faz 14 anos da morte de Renato Manfredini Junior, ou, simplesmente Renato Russo. Dono de uma voz inconfundível, letras recheadas de espiritualidade e inquietação social, o líder da Legião Urbana tornou-se, ao lado de Cazuza, o grande expoente do rock nacional dos anos 80 e 90.

A força e a voz marcante de Renato tornam seu trabalho uma obra atemporal, uma herança musicial e social inestimável à juventude brasileira. Prova disso é a contínua e expressiva quantidade de vendas dos títulos fonográficos da banda, que, segundo a gravadora EMI music, chega a marca de 20.000 cópias por mês.

Talvez a receita de todo o sucesso do líder da Legião Urbana foi expandir os efeitos de seu talento musical e criativo para dimensões muito além do entretenimento, alcançando, assim, temas de constantes discussões sociais, políticas, religiosas e culturais. O conteúdo informativo, contido nos versos do compositor, fizeram de Renato Russo um mito da juventude, criando uma atmosfera religiosa em torno da sua figura.

Letras como "Será", "Que país é este", "Tempo Perdido", "Meninos e meninas", "Teatro dos vampiros", "Perfeição" e "Via láctea" são, apenas, alguns exemplos do legado deixado por Renato. Seus versos sintomáticos e fiéis à realidade social e política brasileira atribuem um sentido todo especial a vida do compositor, revelando verdades que, sequer, a antropologia seria capaz de desnudar com tamanha fidelidade.


Viva Renato Russo !!!!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A EMPRESA DE TRATAMENTO DENTÁRIO PEDIU FALÊNCIA. O QUE FAZER?








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BOM DIA DOUTOR!


NESTA QUINTA FUI INFORMADO QUE A EMPRESA ******* EM QUE FAZIA TRATAMENTO DENTÁRIO FECHOU AS PORTAS. O PROBLEMA É QUE O TRATAMENTO FOI TODO FINANCIADO. O QUE EU PODERIA FAZER AGORA?


CARLOS - SÃO PAULO-SP


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Caro Carlos,


Num primeiro momento faz-se imperioso destacar que o mero pedido de falência não importa no imediato fechamento das portas da pessoa jurídica. É que a Lei 11.101/05 (Lei de Falências), por estatuir um processo judicial, permite ao juiz julgar improcedente o pedido falimentar, afastando o juízo universal estabelecido pelo diploma em comento.


Desta feita, com relação ao pedido falimentar, recomendo cautela e que aguarde a decisão do Magistrado acerca do julgamento da demanda.

No entanto, é possível, desde já, ingressar com "Ação de desconstituição de contrato" junto ao Juízado Especial Cível da sua cidade, isto para colocar termo a presente obrigação, afastando a obrigatoriedade de adimplir as prestações vincendas.

Espero ter contribuído, fico à disposição para eventuais dúvidas, ok Carlos.

Boa sorte!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O FENÔMENO DAS ELEIÇÕES 2010 !!!


Francisco Everardo Oliveira Silva, popularmente conhecido por Tiririca, foi, sem dúvida, a grande estrela das eleições 2010. Com 1.353.820 votos, o humorista foi o campeão de votos em todo Brasil, superando figuras para lá de carimbadas do cenário político nacional.

Sua popularidade despertou a ira de políticos tradicionais que, temendo perder espaço, passaram a atacar o humorista na tentativa de desqualificá-lo perante os eleitores paulistas. No entanto, o ataque dos concorrentes foi revertido em favor do candidato do PR, que, ao invés de contra-atacar, preferiu satirizar os críticos, conseguindo angariar votos de milhares de eleitores desacreditados.

Numa análise primária e perfunctória, é possível abstrair a seguinte conclusão: parte do povo prefere a humildade, ainda que bruta e movida a sátira, à política tradicional e demagógica, que há tempos permeia o cenário político brasileiro.

Se considerarmos o atual processo eleitoral, verificaremos, sem dificuldades, a presença de inúmeros mensaleiros, sanguessugas, fichas sujas, políticos coniventes e outros aventureiros do meio artístico sem qualquer preocupação social. No entanto, a outra parte da sociedade, que desqualifica e ataca a eleição do palhaço Tiririca, não demonstra o mesmo entusiasmo para expurgar, de uma vez por todas, os "figurões" da política brasileira.

É a histórica e conhecida "amnésia verde-amarela", por vezes regada a um sentimento de falso ardor ideológico, que mais se aproxima ao fisiologismo político, onde muitos fecham os olhos para os equívocos do partido, elegem políticos com histórico negativo e saem convictos de que votaram em nome do bem-estar do povo e da nação (Será???).

Além da reflexão sociológica e, porque não, cultural supra, a eleição do humorista é um pedido de mudança, ainda que velado, cujo cerne é a sistemática eleitoral brasileira. Reza o artigo 14, §1º, inciso I, que o voto é obrigatório aos maiores de dezoito anos.

Ora, num Estado Democrático de Direito, qual é o sentido do voto obrigatório?

Conforme especula-se, parte da expressiva votação do humorista deve-se a muitos eleitores que utilizaram seu voto como forma de protesto a política que aí está. Se o voto fosse facultativo, o eleitor que não vislumbrasse opções para votar certamente não sairia de sua residência para protestar nas urnas, logo, daria espaço a eleitores conscientes de suas ecolhas.

É certo que o voto obrigatório, instituído no país pela Carta Magna de 1988, teve por intuito promover a progressiva conscientização política pós-período de exceção. Contudo, decorridos 22 anos de sua promulgação, é chegada a hora de, ao menos, discutir sua necessidade, já que há tempos o país respira "ares democráticos", tornando o voto obrigatório inócuo e contrário ao regime atual do país.

Outro tema passível de discussão é o sistema proporcional, instituído no artigo 45 da Carta Magna. Tal sistema fundamenta a eleição dos Deputados Federais, permitindo verdadeira "gangorra política", capaz de içar candidatos com inexpressiva votação, graças a votações estratosféricas, como a do humorista do PR-SP.

O sistema proporcional, ao contrário do que a teoria propõe, permite verdadeiros "estratagemas politiqueiros" que só interessam aos partidos, sem acrescentar qualquer coisa a democracia brasileira. É preciso eliminar o sistema proporcional do arcabouço eleitoral brasileiro, tudo para permitir a eleição de políticos notadamente eleitos pela vontade popular e, aprioristicamente, comprometidos com os problemas da nação.

Desta feita, espera-se que a eleição do humorista Tiririca traga, primeiramente, bons projetos e grandes realizações na Câmara Federal, bem como permita reflexão do Congresso a respeito de modificações no sistema eleitoral, trazendo o Brasil à realidade do Século XXI, consolidando de vez a democracia brasileira.